Você já parou pra pensar que uma pessoa com dificuldades visuais sempre vai precisar de outra pessoa para conseguir pegar o transporte público? Estudantes da Etec de Santos tiveram uma excelente ideia, depois que uma colega com necessidades visuais especiais ingressou em sua sala.
A proposta das estudantes Carla Ribeiro, Juliana Santos e Rúbia Conceição resultou no TCC chamado "Transporte público, deficientes visuais e a mobilidade urbana".
Depois de um longo período de pesquisas e depoimentos colhidos no "Lar das Moças Cegas", as três estudantes conseguiram reunir material suficiente para entender as dores que as pessoas com esse tipo de necessidade especial passam. E chegaram à conclusão que levantamos no primeiro parágrafo deste post: Independente de qualquer situação, uma pessoa com NEV irá precisar da ajuda de outra pessoa para identificar qual é ônibus que se aproxima.
Como o sistema funciona?
Na proposta do projeto, os passageiros portadores de necessidades especiais vão receber um aparelho fornecido pela prefeitura, e neste aparelho vão cadastrar quais as linhas que eles mais usarão, os ônibus serão equipados com um dispositivo feito para se comunicar com esse aparelho dos passageiros. Quando o ônibus se aproximar, o dispositivo na ônibus, avisará o motorista de que uma pessoa portando necessidades especiais visuais está aguardando o transporte na parada de ônibus, e o condutor emitirá um auto falante que informará a linha do ônibus que se aproxima, para alertar o passageiro.
O sistema será equipado com GPS que irá dar a localização em tempo real tanto do ônibus, quanto do passageiro, fazendo assim uma comunicação mais precisa entre as duas partes. Levando em consideração que são alunas do ensino técnico, o projeto têm proporções ambiciosas que podem se tornar leis.
O Projeto de Lei
A partir deste TCC, a vereadora Audrey Kleys mobilizou-se para criar o Projeto de Lei (PL) 251/2019, que, atualmente, aguarda para entrar na pauta da Diretoria Legislativa para discussão no plenário da Câmara dos Vereadores de Santos.
O trabalho também ganhou destaque no XI Congresso Brasileiro de Iniciação Científica (Cobric), promovido pela Universidade Santa Cecília (Unisanta).
Carla da Silva Ribeiro, Juliana Entenza Santos e Rúbia do Amaral Ferreira Conceição mostram que não precisamos saber absolutamente tudo sobre um assunto para efetivamente fazer a diferença. Para construir cidades mais acessíveis, precisamos ter o mesmo nível de comprometimento e empatia que essas três brilhantes moças, só assim seremos capazes de entender, aprender e aplicar mudanças significativas na vida daqueles que precisam de nosso apoio.
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